O antigo ministro das finanças, Manuel Chang, poderá continuar detido na África do Sul por mais algum tempo, caso o governo daquele país acene positivamente aos Estados Unidos da América.
Através da sua embaixada, os Estados Unidos da América solicitaram formalmente ao governo sul-africano para que não extradite Chang para Moçambique, enquanto os EUA procuram mecanismos legais para reverter a decisão do Ministério da Justiça e Assuntos Correccionais.
O porta-voz da embaixada, Robert Mearkle, sublinha que a lei norte-americana permite que Manuel Chang, que enfrenta graves acusações de fraude nos EUA e em Moçambique, seja julgado primeiro nos EUA e depois em Moçambique.
Mas a lei de Moçambique não permite a extradição de cidadãos moçambicanos, ou seja, Chang depois de julgado em Moçambique não poderá ser extraditado para os EUA.
Recorde-se que foi em Dezembro que os EUA pediram a Pretória para extraditar Chang para os EUA para enfrentar acusações de fraude e corrupção decorrentes de um esquema de empréstimo de dois biliões de dólares.
No também conhecido por “caso dívidas ocultas”, Chang e seus comparsas teriam supostamente roubado milhões de dólares dos empréstimos destinados a financiar navios de patrulha de pesca e militares.
Chang foi detido no Aeroporto Internacional Oliver Thamb, com um mandado da Interpol solicitado pelos EUA.
Mas mais tarde o governo moçambicano também pediu à África do Sul para extraditá-lo para seu país de origem para enfrentar acusações relacionadas ao mesmo golpe.
O Tribunal de Kempton Park determinou que ele poderia legalmente ser extraditado para os Estados Unidos ou Moçambique. No dia 21 de Maio o então ministro da Justiça, Michael Masutha, anunciou que seria extraditado para Moçambique.
Os Estados Unidos da América disseram que estavam “desapontados” com a decisão.
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